"Queremos que a floresta permaneça silenciosa,
que o céu continue claro, que a escuridão da noite caia realmente e que se
possam ver as estrelas. As terras dos brancos estão contaminadas, estão
cobertas de uma fumaça-epidemia xawara que se estendeu muito alto no peito do
céu. Essa fumaça se dirige para nós, mas ainda não chega lá, pois o espírito
celeste Hutukarari a repele ainda, sem descanso. Acima de nossa floresta o céu
ainda é claro, pois não faz muito tempo que os brancos se aproximaram de nós.
Mas bem mais tarde, quando eu estiver morto, talvez essa fumaça aumente a ponto
de estender a escuridão sobre a terra e de apagar o sol. Os brancos nunca
pensam nessas coisas que os xamãs conhecem, é por isso que eles não têm medo.
Seu pensamento está cheio de esquecimento. Eles continuam a fixá-lo sem
descanso em suas mercadorias, como se fossem suas namoradas."
(Davi Yanomami; pajé e líder do povo
Yanomami)
Aprendamos com os índios que não somos seres a parte da natureza, e sim parte dela.
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Denise junto de alunos da Escola Hebe em comemoração do Dia do Índio de 2011.
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